Por que a imunização continua importando depois dos 18 anos?

Mesmo quem tomou todas as doses infantis carrega apenas parte da proteção necessária para a vida adulta. A queda natural da imunidade, a circulação de novas variantes de vírus e a maior exposição ocupacional mudam o cenário epidemiológico.
Além disso, adultos funcionam como ponte de transmissão para bebês ainda não vacinados e idosos com sistema imune mais lento. Como consequência, coberturas insuficientes elevam gastos com internações e afastamentos do trabalho, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (2023).
Imunidade individual versus imunidade coletiva
A proteção gerada por cada dose cria anticorpos específicos; já a imunidade coletiva acontece quando muita gente está imunizada a ponto de bloquear a circulação do microrganismo. Sempre que um adulto adia reforços, ele diminui sua resposta de memória e, de quebra, enfraquece essa barreira populacional.
Barreiras de memória vacinal do adulto
- Perder o cartão físico após várias mudanças de endereço.
- Ausência de campanhas dirigidas a pessoas acima de 20 anos.
- Confusão com siglas como dT, dTpa, VPC13 e VPP23.
(Levantamento interno da Clivped com 420 pacientes, 2022-2024.)
Como entender o calendário vacinal do adulto
Antes de escolher qualquer imunizante, vale decifrar o chamado “calendário vacinal do adulto”, que organiza esquemas básicos, intervalos de reforço e indicações extras por idade ou comorbidade. Embora o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divirjam em detalhes, ambos concordam em três pontos: completar esquemas incompletos, manter reforços em dia e acrescentar vacinas contra vírus sazonais.
Intervalos e reforços – a lógica científica
A primeira dose “treina” o sistema imune; as seguintes refinam a qualidade dos anticorpos e consolidam as células de memória. Se o intervalo passa do limite máximo, parte dessa memória se perde e pode ser preciso recomeçar a série. Por isso, quem não lembra se tomou dTpa há mais de 10 anos deve reiniciar o ciclo de três doses (0-2-4 a 8 meses).
Quando o reforço dTpa é indispensável
O reforço não serve apenas para evitar tétano depois de um corte profundo. Ele também previne surtos de coqueluche em ambientes fechados, como salas de aula e escritórios. Especialistas sugerem uma aplicação a cada década ou, em caso de ferimento grave, antecipá-la para cinco anos.
As 5 vacinas essenciais para adultos e idosos

Os imunizantes abaixo foram selecionados pela prevalência das doenças, gravidade das complicações e custo-benefício. Cada subtítulo apresenta o que o adulto precisa saber para decidir — sem jargões excessivos.
1. Vacina da gripe (influenza)
Trata-se de um imunizante inativado, reformulado todo ano para cobrir as cepas A/H1N1, A/H3N2 e B do hemisfério sul. Estudos multicêntricos da Fiocruz indicam redução de até 70% nas hospitalizações por influenza. O benefício se estende a quem sofre de DPOC ou asma, pois diminui crises que exigiriam corticoide sistêmico.
Exemplo prático: Imagine um professor universitário que toma a dose em abril, poucas semanas antes de retomar aulas presenciais com centenas de alunos. Ele reduz o risco de perder voz e ficar afastado logo no início do semestre.
A versão quadrivalente, disponível em clínicas privadas, acrescenta uma segunda cepa B e amplia a proteção. A recomendação é dose anual entre março e maio; imunossuprimidos podem receber uma segunda aplicação três meses depois, se o médico concordar.

2. Vacina pneumocócica
As vacinas conjugadas (VPC13 ou VPC15) acionam resposta T-dependente contra sorotipos de Streptococcus pneumoniae. Quando seguidas pela polissacarídica VPP23, a cobertura alcança até 90% dos sorotipos invasivos e dura cerca de 10 anos. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, 2023) apontam queda de 60% na pneumonia bacterêmica de idosos vacinados.
Exemplo prático: Um idoso diabético recebeu o esquema sequencial e viajou num cruzeiro marítimo durante surto de infecção respiratória. Voltou sem precisar de antibiótico profilático — proteção que a VPP23 sozinha dificilmente garantiria.
Esquema recomendado: Comece com VPC15 (ou VPC13). Após 6 a 12 meses, aplique VPP23. Em imunodeficientes, repita a VPP23 cinco anos depois.
3. Vacina herpes zóster
A versão inativada (gE-AS01B) é aplicada em duas doses e estimula imunidade celular contra a reativação do vírus varicela-zóster. A eficácia ultrapassa 90% na prevenção de neuralgia pós-herpética, principal causa de dor crônica em idosos.
Exemplo prático: Uma cirurgiã de 55 anos vacinada manteve plantões normalmente, mesmo quando colegas não imunizados adoeceram com zóster.
Por ser inativada, serve para transplantados e pacientes oncológicos — públicos que não podiam receber a antiga versão de vírus vivo. O esquema é de duas doses com intervalo de dois meses, sem previsão de reforço até o momento.
4. Reforço dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto)
A vacina combina toxoides diftérico, tetânico e subunidades da Bordetella pertussis. Ela evita surtos de coqueluche em bebês (quando aplicada em gestantes) e mantém a proteção contra o tétano por dez anos.
Exemplo prático: Um técnico de obras sofreu corte com vergalhão enferrujado e evitou o soro antitetânico porque apresentava registro de dTpa há quatro anos.
Esquema recomendado: Se o ciclo básico estiver incompleto: 1 dose de dTpa seguida de 2 doses de dT (0-2-4 a 8 meses). Se completo: apenas um reforço de dTpa a cada década.
5. Hepatite B
A vacina protege contra hepatite crônica e carcinoma hepatocelular, causa de 782 mil mortes anuais (OMS, 2022). Também reduz a transmissão ocupacional entre profissionais de saúde, tatuadores e agentes de segurança.
Exemplo prático: Um chef que se cortou durante o turno conferiu sorologia e evitou quimioprofilaxia porque possuía esquema vacinal completo e com boa resposta.
O esquema padrão é de três doses (0-1-6 meses). Quem perdeu os prazos pode retomar de onde parou, sem necessidade de reinício.
Vacinação do idoso: ajustes após os 60 anos
Depois dos 60, a imunossenescência (envelhecimento do sistema imune) reduz a produção de anticorpos. Isso exige reforços ou formulações de alta carga antigênica.
- Influenza de alta dose (HD): Traz quatro vezes mais antígenos, melhorando a resposta.
- Pneumocócica 20-valente: Acrescenta sorotipos de alta virulência.
- Herpes zóster inativada: Mantém eficácia acima de 85% mesmo em octogenários.
Três mitos que atrasam a carteirinha do adulto
- “Tomei todas na infância, estou protegido para sempre.” Falso. A imunidade contra difteria e coqueluche cai com o tempo.
- “Vacina dá gripe.” Falso. Imunizantes inativados não replicam vírus. A febre pós-vacinal é uma resposta inflamatória, não a doença.
- “Repetir dose faz mal.” Falso. Se o cartão sumiu, o mais seguro é reiniciar o esquema.
FAQ técnico
- Posso tomar todas as vacinas no mesmo dia? Sim, em locais de aplicação distintos.
- Preciso de prescrição médica? Para vacinas de rotina, geralmente não. Algumas podem exigir laudo para coberturas especiais.
- Existe risco de alergia grave? É raríssimo (cerca de 1 caso por milhão de doses).
Checklist rápido – Calendários Oficiais 2024/25
- Adulto (20-59 anos): HepB (3 doses), Tríplice Viral (1-2 doses), dTpa (reforço a cada 10 anos), Febre Amarela (a depender da região), Influenza (anual).
- Gestante: dTpa (a partir da 27ª semana), Influenza e Covid-19.
- Idoso (≥ 60 anos): Esquema do adulto + Pneumocócica sequencial, Herpes Zóster inativada e Influenza (preferencialmente de alta dose).

Manter sua vacinação em dia é um ato de cuidado com você e com todos ao seu redor. Na Clivped, entendemos a importância de facilitar esse processo. Oferecemos uma avaliação vacinal completa e personalizada, gerando um laudo digital para seu controle e realizando a aplicação das vacinas essenciais no conforto do seu lar. Não adie sua saúde por conta da rotina.
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Atenciosamente,
Thiago S. Frasson CEO Clivped Vacinas