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O Futuro da Imunização: Como a Tecnologia de mRNA (a Mesma da Vacina da COVID-19) Está Revolucionando a Saúde

imagem destacada mana clivped vacinas

A plataforma de mRNA transforma vacinas e terapias ao converter nossas células em fábricas temporárias de proteína. Resolve a demora e rigidez de métodos tradicionais ao permitir desenho digital, produção rápida e ajuste de dose, já aplicada à COVID-19 e em testes para câncer e outras doenças, apesar de desafios logísticos, segurança e acesso.

Principais Pontos:

  • Pipeline completo – Do sequenciamento do patógeno ao lote clínico, o ciclo leva menos de 60 dias: design in silico, síntese enzimática, encapsulamento em nanopartículas lipídicas e controle de qualidade.
  • Linha fabril única – Trocar o alvo exige apenas novo arquivo de sequência, permitindo fabricar lotes de influenza, zika ou raiva na mesma planta e reduzir o CAPEX.
  • Vacinas oncológicas personalizadas – Biópsia → sequenciamento → mRNA de neoantígenos em aproximadamente 6 semanas; a fase 2 em melanoma dobrou a taxa de resposta quando combinada a anti-PD-1.
  • Cadeia de frio e vigilância – Formulações já toleram –20 °C, mas requerem logística dedicada; o prontuário integrado (como no caso de Israel) detectou e mitigou a rara miocardite em jovens.
  • IA no P&D – Algoritmos geram milhares de sequências otimizadas em minutos, prevendo epítopos e dobramento, o que corta protótipos de bancada e barateia ensaios pré-clínicos.

Entendendo o RNA Mensageiro: Fundamentos Moleculares

O RNA mensageiro (mRNA) funciona como um bilhete descartável escrito a lápis pelo núcleo celular. Ele leva instruções do DNA até os ribossomos, onde é rapidamente lido, transformado em proteína e, em seguida, demolido pelas próprias enzimas da célula. Essa transitoriedade sempre foi vista como algo trivial pela biologia, mas acabou inspirando um salto tecnológico: se é possível “ensinar” a célula a produzir qualquer proteína por algumas horas, por que não usar essa capacidade para treinar o sistema imune ou tratar doenças?

Por que usar mRNA em vez de proteínas prontas?

  • Fábrica dentro do corpo – A proteína é montada no interior das nossas células, eliminando etapas caras de fermentação e purificação industrial.
  • Dobramento correto – Ao nascer no ambiente celular humano, a molécula assume sua forma tridimensional ideal, preservando epítopos que se perderiam em produção externa.
  • Flexibilidade de design – Para trocar o alvo, basta alterar a sequência de nucleotídeos em um computador, algo impossível com vírus atenuados ou proteínas recombinantes convencionais.

Como Funcionam as Vacinas de mRNA na Prática Clínica

Depois de anos em bancadas de laboratório, o conceito chega ao consultório em frascos que parecem soluções aquosas comuns. Na verdade, cada frasco guarda milhões de nanopartículas lipídicas (LNPs) que protegem um fio de mRNA de poucas horas de vida útil.

Cronologia resumida do preparo:

  1. Sequenciamento do patógeno – Horas após a coleta de amostra.
  2. Design in silico – Bioinformatas escolhem o gene-alvo em dias.
  3. Síntese por transcrição in vitro – Produção do mRNA em reatores enzimáticos, também em poucos dias.
  4. Envelopamento em LNPs – Mistura contínua que leva apenas horas.
  5. Controle de qualidade e envase – Semanas para garantir esterilidade, concentração e integridade.

Em ensaios de fase 3 da Pfizer-BioNTech e Moderna, publicados no New England Journal of Medicine, dois ciclos da injeção reduziram a infecção sintomática por SARS-CoV-2 em mais de 90%. O músculo deltoide se transforma, por alguns dias, em um minilaboratório capaz de apresentar a proteína spike ao sistema imune, acionando linfócitos T e B de forma controlada.

Vantagens Tecnológicas em Relação às Plataformas Tradicionais

A substituição de um vírus inteiro por um trecho de mRNA é muito mais do que um “atalho” de laboratório; trata-se de uma nova lógica industrial e regulatória que impacta desde o CAPEX de fábricas até o calendário de saúde pública.

  • Rapidez de prototipagem
    • Um candidato clínico pode ficar pronto em menos de 60 dias. Durante a onda da variante Ômicron, por exemplo, os primeiros boosters adaptados começaram a ser testados enquanto a curva epidemiológica ainda subia.
  • Produção em plataforma única
    • A mesma linha fabril sintetiza lotes contra influenza, zika ou raiva sem trocar reatores, apenas carregando um molde digital diferente. O resultado é economia de escala real e capacidade de resposta a surtos emergentes.
  • Ajuste fino de dose
    • A quantidade de mRNA и o tipo de lipídeo podem ser modulados para recém-nascidos ou idosos, evitando o risco de respostas inflamatórias excessivas. O ensaio pediátrico da Moderna ilustra bem: 25 µg para crianças, 100 µg para adultos.

Aplicações Além da COVID-19: De Doenças Infecciosas a Vacinas de mRNA contra Câncer

A mesma lógica de “pedir para a célula fabricar a proteína” vale para outros microrganismos e, surpreendentemente, para tumores que ostentam proteínas mutadas exclusivas. Hoje existem ao menos 46 ensaios clínicos ativos explorando vacinas de mRNA personalizadas para melanoma, pâncreas, glioblastoma e câncer de pulmão de não pequenas células.

Vacinas terapêuticas oncológicas

Nessa modalidade, o objetivo não é prevenir, mas destruir um tumor já instalado. A amostra de tecido do paciente é sequenciada, os bioinformatas localizam mutações exclusivas (neoantígenos) e, em cerca de seis semanas, nasce um lote individualizado. O protocolo costuma prever oito aplicações combinadas com inibidores de checkpoint anti-PD-1. Em dados de fase 2 apresentados na ASCO 2023, a taxa de resposta completa em certos melanomas praticamente dobrou.

Outras frentes promissoras:

  • Doenças respiratórias – Uma candidata contra vírus sincicial respiratório (RSV) conferiu 83% de proteção em idosos (NEJM 2023).
  • Arboviroses tropicais – Protótipos do NIH reúnem mRNAs de dengue e zika no mesmo frasco, mirando vários sorotipos.
  • Doenças metabólicas raras – Em modelos murinos de tirosinemia, o mRNA entrega a enzima FAH funcional e restaura o metabolismo hepático (Nature 2022).

Desafios Logísticos, Éticos e de Segurança

O futuro parece promissor, mas nem tudo se resolve na placa de Petri. A molécula é frágil, a cadeia de ultrafrio custa caro e eventos adversos, ainda que raros, alimentam hesitação.

A primeira geração da Pfizer exigia –70 °C, temperatura que poucas cidades rurais conseguem manter sem redundância de energia. Versões aprimoradas já toleram –20 °C por semanas, porém a logística continua dispendiosa. Além disso, a farmacovigilância mostrou miocardite em frequência de aproximadamente 1 caso por 100.000 doses, essencialmente em homens jovens. Israel, ao integrar prontuários eletrônicos ao banco de vacinação, detectou o sinal rapidamente, ajustou o intervalo entre doses e publicou as evidências em tempo quase real.

Outro ponto sensível é a equidade. A tecnologia nasce em laboratórios da Europa e dos Estados Unidos, mas surtos costumam atingir com mais força países de renda baixa. Iniciativas como o hub da OMS em Pretória e parcerias com a Fiocruz (Brasil) ou o Sinergium (Argentina) buscam democratizar o know-how, liberando licenças e protocolos de produção.

Panorama de Pesquisa e Produção no Brasil e no Mundo

O Brasil não quer repetir a dependência vista no início da pandemia. Em 2023, o Ministério da Saúde anunciou o Centro de Competência em RNA, prometendo R$ 60 milhões em três anos. A Fiocruz, por sua vez, desenvolveu a própria rota de síntese e já prepara o primeiro lote clínico nacional contra SARS-CoV-2, previsto para fase 1 até 2025. No exterior, consórcios como CEPI e GAVI investem em fábricas “plug-and-play” capazes de trocar o molde de RNA por download, reduzindo o tempo entre a descoberta de um patógeno e a entrega de doses.

Quem lidera o pipeline global

A Moderna mantém 48 programas de mRNA, incluindo um candidato contra citomegalovírus em gestantes e uma vacina personalizada para melanoma. A BioNTech firmou parceria com a Regeneron para o BNT122, voltado a neoantígenos individuais. Já o consórcio CureVac/GSK foca em gripe pandêmica e em tumores pediátricos raros, como o rabdomiossarcoma.

Integração com Inteligência Artificial

Ferramentas de IA hoje geram, em minutos, bibliotecas de milhares de sequências otimizadas para estabilidade, menor ativação imune inata e alta expressão. Algoritmos preveem epítopos, evitam regiões de homologia com proteínas humanas e até simulam o dobramento final. Isso reduz o número de protótipos que precisam ir ao tubo de ensaio, encurtando o ciclo de P&D e barateando ensaios de toxicologia.

O Que Esperar da Próxima Geração de Terapias Baseadas em mRNA

À medida que os engenheiros genômicos dominam a arte de “escrever” RNA, surgem projetos que combinam múltiplos genes em um único filamento, miram doenças autoimunes ou até estimulam a regeneração de tecidos.

Autoimunidade seletiva

Em esclerose múltipla, pesquisadores da BioNTech agruparam 15 epítopos de mielina num mesmo mRNA. Em modelo murino, o produto reduziu recaídas sem imunossupressão sistêmica. A ideia é “reeducar” linfócitos agressivos, restaurando a tolerância de forma seletiva.

Vacinas pancoronavírus

O NIH trabalha em um mosaico de epítopos conservados de alfa, beta e gama-coronavírus. Testes em primatas mostraram neutralização cruzada potente, um passo crucial para prevenir a próxima pandemia antes que ela tenha nome.

Regeneração tecidual

Start-ups de medicina regenerativa exploram pomadas de mRNA que codificam VEGF e FGF-2. Aplicadas em úlceras diabéticas, aceleraram a angiogênese em 40% (Diabetes Care 2022) sem efeitos colaterais sistêmicos, pois a tradução ocorre apenas nas células ao redor da ferida.


O futuro da saúde, impulsionado por inovações como a tecnologia de mRNA, já é uma realidade na Clivped. Nosso compromisso é oferecer o que há de mais moderno e seguro em imunização para você e sua família. Contamos com uma equipe de especialistas pronta para fornecer orientação personalizada e garantir que todos, de bebês a idosos, recebam o cuidado que merecem. Proteja quem você ama com os calendários vacinais mais completos e atualizados. Venha para a Clivped e garanta a saúde e o bem-estar de toda a sua família com vacinas que salvam vidas.

Thiago Frasson – CEO Clivped Vacinas

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Mitos e Verdades sobre Vacinas: Um Guia Completo para Pais Seguros e Filhos Protegidos

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Resumo Rápido: Vacinar protege tanto o indivíduo quanto a comunidade. Embora mitos online possam confundir, dados de pesquisas rigorosas, vigilância contínua e calendários atualizados comprovam a segurança e a eficácia das doses. Este guia ajuda a identificar rumores, entender as reações normais e usar ferramentas digitais para manter a vacinação em dia, evitando a exposição a doenças graves.

Principais Pontos para Lembrar:

  • Reações Leves: Febre baixa ou dor local após a aplicação são sinais de que o sistema imune está respondendo. Analgésicos só são necessários se o desconforto for grande.
  • Desinformação: Use evidências de fontes confiáveis (como PubMed) para combater informações falsas, como a ligação com autismo ou a “sobrecarga” do sistema imunológico.
  • Vacinas Combinadas: Opte por vacinas como a hexavalente para reduzir o número de visitas ao posto de saúde e garantir que o esquema vacinal seja completado.
  • Ferramentas Digitais: Cadastre-se em aplicativos como o Conecte SUS ou Vacinação em Dia para receber lembretes e gerar comprovantes.
  • Sinais de Alerta: Procure um pronto-atendimento se surgirem sintomas como febre persistente, convulsões ou sinais de anafilaxia após a vacinação.

Por que a vacinação continua indispensável?

Antes de mergulharmos nos dados e nas histórias por trás de cada seringa, é importante entender o quadro geral: vacinar não é apenas uma escolha individual, mas um pacto social que mantém vírus e bactérias sob controle. A seguir, você verá como a ciência sustenta esse compromisso coletivo e por que, mesmo em 2024, a recomendação de imunizar é inegociável.

Os Bastidores Científicos da Segurança Vacinal

Em qualquer aula sobre saúde pública, três pilares sustentam o desenvolvimento de vacinas: pesquisa rigorosa, vigilância contínua e atualização periódica. É assim que elas chegam seguras ao consultório:

  • Pesquisa e Desenvolvimento: Antes de serem aprovadas, as vacinas passam por quatro fases de testes em humanos, cada uma mais abrangente que a anterior.
  • Supervisão Pós-Comercialização: Após a aprovação, as doses são monitoradas por sistemas de farmacovigilância em tempo real, como o VigiMed, que analisa relatos de efeitos adversos em todo o país.
  • Atualização Periódica: Para vírus como o da gripe, a fórmula da vacina é revisada anualmente para acompanhar as novas variantes em circulação.

As Raízes Históricas dos Mitos sobre Vacinas e sua Disseminação Online

Qualquer ideia, boa ou ruim, encontra um megafone nas redes sociais. Com a vacinação não é diferente. Vamos analisar como boatos antigos ganharam nova força no seu feed e o que isso significa para os pais que buscam informações médicas na internet.

Da Teoria da Conspiração ao Feed de Notícias

A desinformação sobre vacinas não é nova. Desde o boato de 1796 de que a vacina de Jenner “roubava” a essência da vaca, as fake news apenas se modernizaram. Hoje, algoritmos que priorizam cliques acabam impulsionando vídeos alarmistas, enquanto conteúdos verificados perdem espaço. A boa notícia? As mesmas plataformas permitem que médicos e pesquisadores publiquem evidências em linguagem clara, aproximando a ciência do público.

Desmontando Crenças Equivocadas na Prática Clínica

Nem sempre é fácil rebater um rumor que chega no grupo da família. Por isso, reunimos os cinco mitos mais comuns no consultório e explicamos por que eles não se sustentam.

1. “Vacinas causam autismo”

Este medo surgiu de um estudo fraudulento de 1998, que já foi retratado e desmentido. Desde então, pesquisas robustas — como uma que analisou 650 mil crianças na Dinamarca — descartaram qualquer correlação entre vacinas e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

2. “‘Reação da vacina’ é sinal de perigo”

Febre baixa, dor no local e sonolência não indicam perigo; pelo contrário, mostram que o sistema imunológico está criando defesas. Segundo o CDC, menos de duas a cada 100 mil doses aplicadas geram eventos graves. Compressas frias e analgésicos leves resolvem a maioria dos desconfortos.

3. “Tomar mais de uma vacina sobrecarrega o sistema imunológico”

Crianças entram em contato com centenas de antígenos todos os dias. Uma picada extra não faz diferença. Pelo contrário, esquemas combinados, como a vacina hexavalente (que cobre seis doenças), reduzem as idas ao posto de saúde e o risco de esquecer alguma dose.

4. “Peguei gripe depois de tomar a vacina”

A vacina da gripe usa o vírus inativado, ou seja, morto. É impossível que ela cause a doença. O que geralmente acontece é que o período de vacinação coincide com a circulação de outras viroses respiratórias.

5. “Vacinas não são seguras porque foram desenvolvidas rápido demais”

A tecnologia de mRNA, usada em algumas vacinas contra a COVID-19, não surgiu do nada; ela é estudada desde os anos 90. O que acelerou o processo durante a pandemia foi o investimento global e o compartilhamento de dados, sem pular etapas de segurança.

Entendendo as Reações da Vacina: Quando se Preocupar?

Sentir o braço dolorido ou ter uma febre leve é, na maioria das vezes, parte do processo. No entanto, é importante saber diferenciar reações normais de sinais de alerta.

Classificação dos Eventos Pós-Vacinação:

  • Leves: Dor local, vermelhidão ou febre abaixo de 38,5 °C. Podem ser tratados em casa.
  • Moderados: Febre persistente ou convulsão febril. Pedem uma avaliação médica para descartar outras infecções.
  • Graves: Anafilaxia ou trombose (eventos raríssimos). Exigem atendimento hospitalar imediato.

Perguntas Frequentes no Consultório do Pediatra

As consultas virtuais se popularizaram, mas as dúvidas continuam as mesmas.

1. Posso adiar a vacina porque meu bebê está com coriza?

Resfriados leves não são um impedimento. Adiar a vacina sem necessidade pode deixar a criança vulnerável, especialmente durante surtos.

2. Existe alergia ao alumínio da vacina?

Reações alérgicas verdadeiras ao alumínio são extremamente raras. Se um teste confirmar a sensibilidade, existem versões de vacinas sem esse componente.

3. Posso escolher não vacinar?

Além de infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a exposição deliberada a doenças como o sarampo pode causar complicações graves e até a morte.

Como Distinguir Ciência de Desinformação?

Aprender a checar fontes é uma habilidade essencial para proteger sua família.

Estratégias Práticas:

  1. Cheque a Autoria: Profissionais de saúde sérios informam seu registro (CRM, COREN) ou currículo.
  2. Exija Metodologia: Estudos confiáveis descrevem como a pesquisa foi feita.
  3. Compare Fontes: Desconfie se uma única página contradiz o consenso científico global.
  4. Verifique a Data: Em saúde, um artigo com mais de cinco anos pode estar desatualizado.

Ferramentas e Recursos Confiáveis

A tecnologia pode ser uma grande aliada para não perder a data da próxima dose.

1. Conecte SUS

Aplicativo oficial do Ministério da Saúde que centraliza o histórico de vacinas. Ele notifica sobre campanhas e facilita a emissão de certificados.

2. Vacinação em Dia (SBIm)

Calculadora digital da Sociedade Brasileira de Imunizações que ajusta o calendário vacinal conforme a idade e a condição de saúde da criança, enviando lembretes.

3. PubMed Alerts

Ferramenta de busca científica que envia por e-mail resumos de novos estudos sobre temas de seu interesse, como “segurança de vacinas”.


A Clivped acredita que informação confiável e acesso fácil ao pediatra formam o melhor escudo para a saúde infantil. Agende agora sua orientação online e mantenha o calendário de vacinas do seu filho sempre em dia.

Thiago Frasson – CEO Clivped vacinas

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Carteirinha de Vacinação não é só para Crianças: As 5 Vacinas Essenciais que Todo Adulto Precisa Manter em Dia

As 5 Vacinas Essenciais que Todo Adulto Precisa Manter em Dia clivped

Por que a imunização continua importando depois dos 18 anos?

Mesmo quem tomou todas as doses infantis carrega apenas parte da proteção necessária para a vida adulta. A queda natural da imunidade, a circulação de novas variantes de vírus e a maior exposição ocupacional mudam o cenário epidemiológico.

Além disso, adultos funcionam como ponte de transmissão para bebês ainda não vacinados e idosos com sistema imune mais lento. Como consequência, coberturas insuficientes elevam gastos com internações e afastamentos do trabalho, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (2023).

Imunidade individual versus imunidade coletiva

A proteção gerada por cada dose cria anticorpos específicos; já a imunidade coletiva acontece quando muita gente está imunizada a ponto de bloquear a circulação do microrganismo. Sempre que um adulto adia reforços, ele diminui sua resposta de memória e, de quebra, enfraquece essa barreira populacional.

Barreiras de memória vacinal do adulto

  • Perder o cartão físico após várias mudanças de endereço.
  • Ausência de campanhas dirigidas a pessoas acima de 20 anos.
  • Confusão com siglas como dT, dTpa, VPC13 e VPP23.

(Levantamento interno da Clivped com 420 pacientes, 2022-2024.)


Como entender o calendário vacinal do adulto

Antes de escolher qualquer imunizante, vale decifrar o chamado “calendário vacinal do adulto”, que organiza esquemas básicos, intervalos de reforço e indicações extras por idade ou comorbidade. Embora o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divirjam em detalhes, ambos concordam em três pontos: completar esquemas incompletos, manter reforços em dia e acrescentar vacinas contra vírus sazonais.

Intervalos e reforços – a lógica científica

A primeira dose “treina” o sistema imune; as seguintes refinam a qualidade dos anticorpos e consolidam as células de memória. Se o intervalo passa do limite máximo, parte dessa memória se perde e pode ser preciso recomeçar a série. Por isso, quem não lembra se tomou dTpa há mais de 10 anos deve reiniciar o ciclo de três doses (0-2-4 a 8 meses).

Quando o reforço dTpa é indispensável

O reforço não serve apenas para evitar tétano depois de um corte profundo. Ele também previne surtos de coqueluche em ambientes fechados, como salas de aula e escritórios. Especialistas sugerem uma aplicação a cada década ou, em caso de ferimento grave, antecipá-la para cinco anos.


As 5 vacinas essenciais para adultos e idosos

Os imunizantes abaixo foram selecionados pela prevalência das doenças, gravidade das complicações e custo-benefício. Cada subtítulo apresenta o que o adulto precisa saber para decidir — sem jargões excessivos.

1. Vacina da gripe (influenza)

Trata-se de um imunizante inativado, reformulado todo ano para cobrir as cepas A/H1N1, A/H3N2 e B do hemisfério sul. Estudos multicêntricos da Fiocruz indicam redução de até 70% nas hospitalizações por influenza. O benefício se estende a quem sofre de DPOC ou asma, pois diminui crises que exigiriam corticoide sistêmico.

Exemplo prático: Imagine um professor universitário que toma a dose em abril, poucas semanas antes de retomar aulas presenciais com centenas de alunos. Ele reduz o risco de perder voz e ficar afastado logo no início do semestre.

A versão quadrivalente, disponível em clínicas privadas, acrescenta uma segunda cepa B e amplia a proteção. A recomendação é dose anual entre março e maio; imunossuprimidos podem receber uma segunda aplicação três meses depois, se o médico concordar.

2. Vacina pneumocócica

As vacinas conjugadas (VPC13 ou VPC15) acionam resposta T-dependente contra sorotipos de Streptococcus pneumoniae. Quando seguidas pela polissacarídica VPP23, a cobertura alcança até 90% dos sorotipos invasivos e dura cerca de 10 anos. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, 2023) apontam queda de 60% na pneumonia bacterêmica de idosos vacinados.

Exemplo prático: Um idoso diabético recebeu o esquema sequencial e viajou num cruzeiro marítimo durante surto de infecção respiratória. Voltou sem precisar de antibiótico profilático — proteção que a VPP23 sozinha dificilmente garantiria.

Esquema recomendado: Comece com VPC15 (ou VPC13). Após 6 a 12 meses, aplique VPP23. Em imunodeficientes, repita a VPP23 cinco anos depois.

3. Vacina herpes zóster

A versão inativada (gE-AS01B) é aplicada em duas doses e estimula imunidade celular contra a reativação do vírus varicela-zóster. A eficácia ultrapassa 90% na prevenção de neuralgia pós-herpética, principal causa de dor crônica em idosos.

Exemplo prático: Uma cirurgiã de 55 anos vacinada manteve plantões normalmente, mesmo quando colegas não imunizados adoeceram com zóster.

Por ser inativada, serve para transplantados e pacientes oncológicos — públicos que não podiam receber a antiga versão de vírus vivo. O esquema é de duas doses com intervalo de dois meses, sem previsão de reforço até o momento.

4. Reforço dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto)

A vacina combina toxoides diftérico, tetânico e subunidades da Bordetella pertussis. Ela evita surtos de coqueluche em bebês (quando aplicada em gestantes) e mantém a proteção contra o tétano por dez anos.

Exemplo prático: Um técnico de obras sofreu corte com vergalhão enferrujado e evitou o soro antitetânico porque apresentava registro de dTpa há quatro anos.

Esquema recomendado: Se o ciclo básico estiver incompleto: 1 dose de dTpa seguida de 2 doses de dT (0-2-4 a 8 meses). Se completo: apenas um reforço de dTpa a cada década.

5. Hepatite B

A vacina protege contra hepatite crônica e carcinoma hepatocelular, causa de 782 mil mortes anuais (OMS, 2022). Também reduz a transmissão ocupacional entre profissionais de saúde, tatuadores e agentes de segurança.

Exemplo prático: Um chef que se cortou durante o turno conferiu sorologia e evitou quimioprofilaxia porque possuía esquema vacinal completo e com boa resposta.

O esquema padrão é de três doses (0-1-6 meses). Quem perdeu os prazos pode retomar de onde parou, sem necessidade de reinício.


Vacinação do idoso: ajustes após os 60 anos

Depois dos 60, a imunossenescência (envelhecimento do sistema imune) reduz a produção de anticorpos. Isso exige reforços ou formulações de alta carga antigênica.

  • Influenza de alta dose (HD): Traz quatro vezes mais antígenos, melhorando a resposta.
  • Pneumocócica 20-valente: Acrescenta sorotipos de alta virulência.
  • Herpes zóster inativada: Mantém eficácia acima de 85% mesmo em octogenários.

Três mitos que atrasam a carteirinha do adulto

  1. “Tomei todas na infância, estou protegido para sempre.” Falso. A imunidade contra difteria e coqueluche cai com o tempo.
  2. “Vacina dá gripe.” Falso. Imunizantes inativados não replicam vírus. A febre pós-vacinal é uma resposta inflamatória, não a doença.
  3. “Repetir dose faz mal.” Falso. Se o cartão sumiu, o mais seguro é reiniciar o esquema.

FAQ técnico

  • Posso tomar todas as vacinas no mesmo dia? Sim, em locais de aplicação distintos.
  • Preciso de prescrição médica? Para vacinas de rotina, geralmente não. Algumas podem exigir laudo para coberturas especiais.
  • Existe risco de alergia grave? É raríssimo (cerca de 1 caso por milhão de doses).

Checklist rápido – Calendários Oficiais 2024/25

  • Adulto (20-59 anos): HepB (3 doses), Tríplice Viral (1-2 doses), dTpa (reforço a cada 10 anos), Febre Amarela (a depender da região), Influenza (anual).
  • Gestante: dTpa (a partir da 27ª semana), Influenza e Covid-19.
  • Idoso (≥ 60 anos): Esquema do adulto + Pneumocócica sequencial, Herpes Zóster inativada e Influenza (preferencialmente de alta dose).

Manter sua vacinação em dia é um ato de cuidado com você e com todos ao seu redor. Na Clivped, entendemos a importância de facilitar esse processo. Oferecemos uma avaliação vacinal completa e personalizada, gerando um laudo digital para seu controle e realizando a aplicação das vacinas essenciais no conforto do seu lar. Não adie sua saúde por conta da rotina.

Entre em contato conosco, agende seu check-up vacinal e garanta que sua proteção e a de sua família estejam sempre fortalecidas.

Atenciosamente,

Thiago S. Frasson CEO Clivped Vacinas

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Vacinas da Dengue e VSR: As Novas Armas da Ciência Chegaram. Sua Família Está Pronta?

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O Brasil enfrenta uma batalha constante contra a dengue e as infecções respiratórias. No último verão, os casos de dengue ultrapassaram 1,6 milhão, enquanto o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) voltou a sobrecarregar as UTIs pediátricas. Em meio a este cenário, a chegada de duas vacinas inovadoras, a Qdenga (contra a dengue) e a nova vacina contra o VSR, traz uma nova esperança e coloca o Brasil na vanguarda da inovação em saúde.

Resumo Rápido

As novas vacinas Qdenga (dengue) e VSR foram incorporadas ao calendário de saúde para combater as hospitalizações causadas pela dengue e por infecções respiratórias. A Qdenga oferece ampla proteção contra os quatro sorotipos do vírus, enquanto a vacina VSR protege recém-nascidos por meio da imunização materna e reduz os riscos para idosos. Com esquemas de aplicação claros e grupos-alvo definidos, a adesão nacional está sendo agilizada.

Pontos Essenciais

  • Qdenga: Duas doses (0,5 mL cada) com intervalo de 90 dias, sem necessidade de teste sorológico prévio.
  • Vacina VSR (Materna): Dose única aplicada entre a 28ª e a 36ª semana de gestação, com 82% de proteção para o recém-nascido.
  • Nirsevimabe (Prematuros): Oferece proteção passiva por aproximadamente 150 dias, cobrindo toda a estação do vírus.
  • Planejamento Sazonal: A vacinação ocorre em períodos estratégicos, alinhados com a maior circulação viral de cada região do Brasil.
  • Custos: A Qdenga varia de R$380 a R$430 na rede privada. A vacina VSR para gestantes custa cerca de R$250. O Nirsevimabe é coberto pelo SUS para prematuros.

Qdenga: A Tecnologia por Trás da Nova Vacina da Dengue

A dificuldade em criar uma vacina eficaz contra a dengue sempre esteve nos seus quatro sorotipos. A Qdenga soluciona esse desafio usando um vírus quimérico atenuado. Basicamente, ela utiliza a estrutura genética do sorotipo 2 e insere fragmentos dos outros três. O resultado é uma resposta imune completa, que demonstrou 80,2% de eficácia contra hospitalizações em um estudo de fase 3 com mais de 20 mil voluntários.

Esquema de Aplicação e Conservação

  • Aplicação: Duas doses de 0,5 mL, via subcutânea, com intervalo de 90 dias.
  • Praticidade: Não exige teste sorológico prévio.
  • Armazenamento: Mantida entre 2°C e 8°C, permanecendo estável por até seis horas após a abertura do frasco.

Pessoas imunocomprometidas, gestantes ou com alergias a componentes da fórmula não devem receber a vacina.

VSR: Proteção Reforçada para Gestantes e Idosos

O VSR é a principal causa de bronquiolite em bebês e uma fonte significativa de pneumonias em idosos. A sazonalidade do vírus varia pelo Brasil, criando janelas de vulnerabilidade que exigem calendários de vacinação bem definidos.

Como Funciona a Vacina e Seus Resultados

A vacina utiliza nanopartículas da proteína F do vírus, que estimulam a produção de anticorpos IgG na mãe. Esses anticorpos atravessam a placenta e protegem o bebê durante os primeiros seis meses de vida. Nos testes, a eficácia contra hospitalização do recém-nascido foi de 82%.

Para prematuros, a solução é o Nirsevimabe, um anticorpo monoclonal que oferece proteção passiva imediata e de longa duração (cerca de 150 dias), administrado ainda na UTI neonatal.

Guia Prático: Quem, Quando e Onde se Vacinar

  • Crianças de 4 a 9 anos: Qdenga em clínicas privadas.
  • Adolescentes de 10 a 14 anos: Qdenga gratuita no SUS.
  • Gestantes (28-36 semanas): Vacina VSR em unidades de referência.
  • Idosos (≥ 60 anos com comorbidades): Vacina VSR disponível em clínicas e, gradualmente, na rede pública.
  • Prematuros (< 29 semanas): Nirsevimabe em maternidades do SUS.

Mitos e Verdades sobre as Novas Vacinas

  • A Qdenga causa dengue? Mito. O vírus usado é atenuado e incapaz de causar a doença.
  • A vacina VSR causa parto prematuro? Mito. Estudos mostraram incidência de parto prematuro similar entre o grupo vacinado e o grupo placebo.
  • Múltiplas vacinas sobrecarregam o sistema imune dos idosos? Mito. A vacina contra o VSR pode ser administrada junto com a da gripe sem perda de eficácia ou segurança.

Proteção Completa e Humanizada é na Clivped Vacinas

Proteger quem você ama com tecnologia de ponta e cuidado integral é a nossa missão. Na Clivped Vacinas, estamos na vanguarda da imunização, oferecendo as novas e aguardadas vacinas Qdenga e contra VSR com a segurança e o atendimento humanizado que sua família merece desde 2010.

Nossas unidades no Espírito Santo (Colatina, Linhares e Vitória) contam com uma infraestrutura moderna, incluindo monitoramento rigoroso da temperatura das vacinas, para garantir sua máxima eficácia. Nossa equipe de especialistas, que inclui pediatras, infectologistas e alergistas, está pronta para tirar todas as suas dúvidas e oferecer uma experiência de vacinação tranquila e acolhedora.

Não espere a próxima temporada de surtos para se proteger. Garanta o acesso à mais alta tecnologia em imunização. Entre em contato conosco pelo WhatsApp ou redes sociais e agende hoje mesmo a sua vacinação e a de sua família!

Thiago S. Frasson – Clivped Vacinas